sexta-feira, 30 de agosto de 2013

TRANSPLANTADOS EM CAMPOS RECLAMAM DA FALTA DE MEDICAMENTOS

(Fotos: Ralph Braz)
Pacientes que passam por tratamento de hemodiálise no Hospital Dr. Beda, em Campos, alegam que estão sem receber medicamentos oferecidos pela Secretaria Municipal de Saúde. Segundo nefrologista, no Ambulatório de Transplantes do hospital são atendidos cerca de 50 pacientes, que precisam de medicamentos variados e de alto custo.

A paciente Sirlem da Silva Freitas Gomes, de 45 anos, é transplantada há seis anos e desde junho diz não mais contar com os remédios oferecidos pela Secretaria Municipal de Saúde. Ela que precisa tomar o medicamento Micofenolato de Mofetila, três vezes ao dia, passou a tomar um comprimido por dia. “Estou praticamente sem remédio e tendo que vir ao hospital procurar o meu médico. Fiz contato com a prefeitura e eles ficaram de solucionar o problema, mas não deram previsão”, disse. 


De acordo com o nefrologista explica que a paciente está usando uma sub dose, isso leva à perda da função renal do transplante, além de fazer com que tenha rejeição sub clínica, elevando os níveis da uréia e creatinina. Daqui a um tempo essa paciente vai voltar para o tratamento de hemodiálise.

“Assim como a Sirlem, outros pacientes estão passando pelo mesmo problema. Os pedidos são enviados à Secretaria Municipal de Saúde, que remete ao Estado. O Estado é que compra os medicamentos das empresas farmacêuticas e repassa à prefeitura, que por sua vez, faz a distribuição de acordo com os nossos receituários. Se o Estado não está comprando, quem precisa se responsabilizar pelo cidadão é o gestor municipal. A gente aqui tenta ajudar, disponibilizando as poucas doações, mas o hospital não tem estoque do remédio. Estamos tendo que trocar por um medicamento similar”, disse o médico.

No Consultório e Serviço Social, a assistente social, Liana Fernandes, diz que os pacientes têm procurado o hospital, nervosos e dizendo que é a segunda vez que não encontram o medicamento na secretaria municipal de saúde.

“Com três dias sem o remédio, o rim é rejeitado, um verdadeiro sofrimento para aqueles que esperaram para conseguir o transplante. Quem tem uma condição financeira melhor está tendo que arcar com R$ 900 por mês, mas infelizmente essa não é a realidade da maioria”, disse. 

O jornal Terceira Via entrou em contato com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Campos e aguarda resposta.


Fonte: Terceira Via