domingo, 26 de maio de 2013

SÃO JOÃO DA BARRA VIVE MOMENTO DE INCERTEZA

(Fotos: Ralph Braz)

Comerciantes e empresários apostaram — alto, em alguns casos — no Superporto do Açu e agora amargam um período de incertezas, puxado pela desaceleração das obras no complexo, que levaram a centenas de demissões na OSX e LLX, do Grupo EBX, e empresas terceirizadas. O clima se configura nas ruas de São João da Barra, Grussaí e Atafona, onde prédios novos e vazios ostentam placas de venda e aluguel. A maioria dos pequenos investidores, entretanto, ainda acredita que o ritmo será retoma-do e que o empreendimento entrará em operação.

Para o comerciante Nelson Souza, que fez um investimento de R$ 250 mil para reformar e ampliar sua pousada no litoral sanjoanense, o prejuízo já chegou a R$ 50 mil, com a rescisão de contrato de duas empresas que atuavam nas obras do Superporto.



— Os contratos com as firmas venciam em 2014, inclusive com o compromisso de indenização, caso o acordo fosse rompido. Já tínhamos a pousada há tempo, mas tivemos um custo alto para adaptar os alojamentos às exigências das empresas e, este ano, deixamos de atender ao público em geral para atender somente a essas firmas, que suspenderam os contratos mês passado. Como parte do pagamento da rescisão, as empresas deixaram alguns materiais, como camas e armários, que foram adquiridos por elas no início do contrato para reforçar, de imediato, a estrutura da pousada — contou Nelson.

Uma empresária de Goiânia também investiu no ramo de hotelaria em Grussaí, pensando no porto, e agora está com suas acomodações vazias, depois que a empresa que alugou seu espaço dispensou grande parte do seu quadro de funcionários. “Se não houver uma reviravolta na situação do Superporto, muita gente vai quebrar. Muitos comerciantes estão pessimistas, mas eu ainda acredito que a situação vai melhorar. Já era hora de o governo interceder, porque foi feito um investimento muito grande, não podem deixar como está”, disse a empresária, que preferiu não se identificar.


Apesar de admitir que as demissões deixaram as pessoas em São João da Barra inseguras, o vendedor Vítor Meireles também acredita que os investimentos voltarão a acontecer. “Foi feito um investimento muito grande, que gerou bastante renda para o nosso município. Agora, a situação está um pouco ruim, o movimento caiu bastante, mas fiquei sabendo que novas firmas virão para a cidade”, destacou.

Para alguns comerciantes, a situação chega a ser desespero. “Eu peguei um empréstimo no banco para incrementar meu restaurante e montar uma pousada, apostando tudo no Superporto. Já tive bons lucros, mas agora o movimento caiu muito e ainda não consegui quitar o empréstimo que peguei”, afirmou um empresário local.


Fonte: Folha da Manhã