O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP) prendeu nesta quarta-feira oito pessoas em cinco cidades gaúchas suspeitas de terem adulterado e contaminado com formol entre 10 milhões e 15 milhões de litros de leite. O formol adicionado ao produto pode causar câncer, segundo o MP. Do total de leite adulterado, oito lotes foram identificados e estão sendo retirados das gôndolas dos supermercados. Os lotes somam 1,56 milhão de litros.
As análises realizadas em conjunto com o Ministério da Agricultura identificaram contaminação nos produtos comercializados por quatro empresas do Rio Grande do Sul: Italac, Bom Gosto/Líder, Mu-Mu e Latvida. O MP confirmou que lotes dessas indústrias foram enviados para mercados de São Paulo e do Paraná, onde as análises não apontaram contaminação.
A adulteração, que vinha sendo investigada há um ano, iniciava nas cinco transportadoras do produto in natura investigadas pelo MP e incluía a adição de 10 litros de água para cada 90 litros de leite, aumentando o volume levado às indústrias. Como a água afeta a qualidade nutricional do leite, os transportadores adicionavam ureia para mascarar a fraude.
O promotor Mauro Rockembach, um dos responsáveis pela Operação Leite Compen$ado, admitiu que a maior parte do produto contaminado deve ter sido consumido pela população.
— A chance é enorme. Como o leite vinha sendo adulterado diariamente, não há como saber a quantidade exata nem quanto produto chegou ao mercado. Só sabemos que chegou — disse Rockembach.
O volume de leite fraudado estimado pelo Ministério Público se baseou na quantidade de ureia adquirida pelas empresas. Segundo a Receita estadual, os suspeitos compraram mais de 100 toneladas do produto entre abril do ano passado e abril deste ano. Na operação desta quarta-feira, apenas três toneladas de ureia foram apreendidas. O lucro com a fraude foi estimado em R$ 9,5 milhões.
Fonte: O Globo
Fonte: O Globo