sábado, 16 de fevereiro de 2013

AUTORIDADES DE SJB NÃO SE MANIFESTARAM AINDA SOBRE O DESABAMENTO DE LAJE EM GRUSSAÍ

(Fotos: Campos24horas)
Cinco dias após o desabamento de uma laje em um prédio no bairro Tele Santana, em Grussaí, São João da Barra, que matou uma mulher, deixou duas crianças graves e feriu mais sete pessoas (a maioria ainda hospitalizados), a reportagem do Campos24horas voltou ao local e encontrou moradores da praia e sobreviventes que contam suas experiências e se mostram perplexos com o caso.



Apesar da gravidade do caso, a Prefeitura de São João da Barra ainda não se pronunciou sobre o que apurou em relação a forma com que a obra foi executada. Procurado, o Secretário Municipal de Obras, Alexandre Estefan, não respondeu as ligações. Os funcionários da Secretaria dizem que não têm autorização para falar sobre o assunto.

O descaso das autoridades municipais pode levar o Ministério Público (MPE) a propor uma ação de responsabilidade, já que o próprio coordenador de Defesa Civil da prefeitura, Adriano Martins, disse na noite do desabamento que havia indícios de que a obra era irregular. Na ocasião, Adriano enfatizou que não foi encontrada a placa com os nomes dos responsáveis técnicos pela obra, quais sejam, engenheiro e arquiteto. A obra encontra-se interditada, como pode ser observado nas fotos desta reportagem.

C.V.P, de 33 anos, morador em Grussaí, disse que estava bem próximo ao local no momento do desabamento.


“Eu iria desfilar no Boneco Batoré e só ouvi um barulho. Tinha muita gente num churrasquinho sob a laje. Quando cheguei, encontrei um cenário do qual nunca vou esquecer. Havia muita gente ferida e gritando”, declarou C.V.P que acrescentou: “Quem sabe que, a partir deste fato lamentável, as pessoas tenham mais consciência sobre como uma obra deve ser executada”.

No local, ainda encontramos um homem que fazia muitos gestos e se identificou como pedreiro. As pessoas que paravam para observar o cenário da tragédia, ouviam explicações do homem, que apontava erros.


Apesar de saber que a opinião de um engenheiro é a mais indicada, resolvemos dar voz ao pedreiro. De acordo ele, a ferragem usada na obra não foi compatível com o tamanho da laje. “Quem fez a obra, tinha de usar uma vara de ferro mais grossa. A obra está errada. Ainda tinha muita areia sobre a laje. Quem fez isso, só pode ser um amador. Nós, pedreiros, não podemos fazer a vontade do dono da obra e economizar quando se trata de segurança, principalmente numa obra como essa. Chamamos de obras de face de rua. Nessas, temos que ter um cuidado redobrado”, disse o homem.



Fonte: Campos24horas