Foto: Ralph Braz/ Arquivo |
Todos os anos turistas e moradores das áreas litorâneas de toda a região costumam se esquecer de um detalhe importante na hora de escolher a melhor praia para se divertir durante a alta temporada — detalhe esse que pode trazer conseqüências para toda a programação das férias de verão: os índices de balneabilidade (IB) dos corpos de água, importante recurso para a verificação da qualidade dos ambientes aquáticos – sejam águas interiores ou oceânicas – aonde predominam intensa atividade humana. A atenção dos banhistas deve estar redobrada, pois nem todas as áreas de recreação são recomendadas.
Os levantamentos mais recentes denunciam a presença de agentes nocivos à saúde, como bactérias e substâncias tóxicas, nas águas de alguns dos pontos mais movimentados do litoral Norte Fluminense.
Em Campos, as praias de Farol de São Tomé, Barra Velha e São Tomé estão liberadas para banho. Em São João da Barra, a Lagoa de Grussaí e as praias de Grussaí e Chapéu do Sol também tem acesso recomendado, mas a praia de Atafona não está liberada.
Em São Francisco de Itabapoana, as praias de Manguinhos, Guaxindiba, Tropical, Itaperuna e Gargaú são recomendadas, mas Sossego e Sonho estão contaminadas.
Em Macaé, apenas quatro das nove praias estão liberadas. Entre elas, está Cavaleiros, Campista, Pecado e Lagomar. As praias impróprias para banho são Imbetiba, Forte, Barra, Aeroporto e Barreto. Já Rio das Ostras, os veranistas poderão aproveitar as praias de Tartaruga, Joana, Areia Negra, Remanso, Costazul e Mar do Norte, além da Lagoa de Iriri, mas as praias de Centro e Cemitério estão poluídas.
Os aspectos mais graves dos poluentes referem-se às substâncias potencialmente tóxicas, oriundas de despejos industriais, esgotos domésticos, águas de drenagem agrícola ou urbana. Por outro lado, recentemente também tem sido possível notar a presença de microalgas capazes de produzir toxinas com características neurotóxicas e hepatotóxicas em ambientes eutrofi-zados, ricos em matéria orgânica. Os resultados recebem um tratamento estatístico e, a partir daí, são elaborados diagnósticos específicos para cada corpo d'água.
Segundo o superintendente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) de Campos, René Justen, é comum que a contaminação aumente no verão devido à quantidade de pessoas concentradas no litoral.
Os principais fatores que influem no despejo de substâncias nocivas em áreas de recreação aquática são a deficiência de sistemas de coleta e tratamento de esgoto, isso quando tais sistemas existem em determinadas regiões. Para piorar, quando se concentra muita gente nas praias, a capacidade de autodepuração da água não é o bastante para eliminar todas as impurezas concentradas nesses pontos mais movimentados — explica o superintendente.
:Fonte: fmanha