A mãe de uma estudante do 4º ano do ensino fundamental, inconformada com a reprovação da filha, que é deficiente visual, nas disciplinas de matemática e educação física, entrou com ação na 1ª Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude contra o Colégio Salesiano de Campos. Alessandra Bensi Vilaça de Azevedo, 32 anos, disse que a filha, que hoje tem 9 anos, estuda desde os três anos de idade no Salesiano e o relacionamento com a escola sempre foi bom, até que, segundo ela, teria ocorrido uma mudança na direção. “Passei para o novo diretor como era o a-companhamento da minha filha e que ela não dominava o Braille, mas estávamos dispostos a arcar com os custos de um professor particular para ajudá-la, desde que a escola cedesse uma sala, pedido que foi negado”, afirmou, destacando que a direção teria alegado que não havia espaço físico e feito contraproposta de ceder uma estagiária, no valor de R$ 400, para acompanhá-la. “Aceitei a proposta e cheguei a assinar um documento, mas minha sogra, que trabalha na secretaria estadual de Educação, disse que era ilegal. Com isso, acionou a Coordenadoria Regional de Educação em Campos, que esteve na escola para apurar a denúncia, mas a informação dada pela direção foi a de que esse documento nunca existiu”, afirmou.
Alessandra disse que a alegação da escola para reprovar a filha foi a de que a menina não teve como ser avaliada em matemática, pois não domina o Braille e nem o soroban, uma calculadora para deficientes visuais. Com relação à educação física, a escola teria dito que a aluna não teve como ser avaliada. “O que não entendo é que ela foi aprovada nas demais disciplinas, onde fazia prova oral”.
Ontem, a Folha tentou contato com a direção do Salesiano, que informou não poder conceder entrevista e que a reportagem deveria procurar pela Inspetoria São João Bosco, em Belo Horizonte. Foi feito contato telefônico, mas a informação na Inspetoria foi a de que ontem era festa de confraternização dos funcionários.
Fonte: fmanha