Nos últimos 120 anos, o areal inóspito que ficava entre o mar e a montanha deu lugar a centenas de prédios ocupados por 161 mil habitantes que Copacabana possui hoje em dia. Nesta sexta-feira (6), data em que o bairro comemora seu 120° aniversário, mais do que números, Copacabana abriga histórias e declarações de amor à Princesinha do Mar.
Na realidade, a fundação do bairro está intimamente ligada a construção do Túnel Prefeito Alaor Prata, mais conhecido como Túnel Velho, que facilitou o acesso à região, geograficamente cheia de morros. O empreendimento feito pela Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico tinha como principal objetivo facilitar a expansão imobiliária de Copacabana, que até então tinha grande dificuldade de acesso. Oito meses depois do início das obras, em 6 de julho de 1892, o túnel foi inaugurado e a data marcou também a fundação do bairro.
No entanto, o bairro demorou a vingar, consolidando-se apenas entre as décadas de 30 e 40. “O túnel foi criado com a intenção de levar as pessoas de alta renda para o bairro. Mas apenas em 1940 tivemos a explosão de Copacabana e a consolidação do comércio na região”, explica o coordenador de roteiros geográficos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, João Baptista.
O nome Copacabana teve origem no antigo império Inca. Segundo a lenda, uma virgem teria aparecido no local para um jovem pescador que, em sua homenagem, teria esculpido uma imagem da santa que ficou conhecida como Nossa Senhora de Copacabana. Uma réplica dessa imagem foi trazida para o Rio de Janeiro e colocada num templo onde hoje se localiza o Forte de Copacabana.
Desde os primeiros anos do século XVIII, muitas terras de Copacabana eram desmembradas em chácaras de variadas dimensões. Em 1779 Copacabana foi integrada no sistema defensivo da cidade, para evitar a entrada de piratas, com a edificação de fortificações no Reduto do Leme do Forte do Vigia, no morro da Babilônia e o Reduto de Copa-Cabana, junto a Ponta da Igrejinha. Já existiam as baterias do Inhangá do Reduto do Leme.
Quando Copacabana não passava de um imenso areal, havia somente um acesso por mar, até alcançar a praia com vários alagadiços onde estariam antigas tabas de índios tamoios. Em 1855, nascia a ladeira do Barroso, atual Tabajaras e seu prolongamento a Rua Siqueira Campos.