sábado, 10 de novembro de 2018

Pezão usou helicóptero oficial em 134 viagens entre Rio e Piraí

(Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo)
Em pouco mais de quatro anos, o governador Luiz Fernando Pezão fez 134 viagens entre o Rio e Piraí, sua cidade natal, usando um helicóptero oficial do estado. O número foi levantado pelo site G1, com base na Lei de Acesso à Informação. Na maioria dos voos (80), ele estava acompanhado da primeira-dama, Maria Lúcia Jardim. De acordo com a reportagem, o enteado Roberto Horta e o sobrinho de consideração Marcelo Amorim, conhecido como Marcelinho (citado na Operação Lava-Jato como arrecadador da propina para o governador, acusação que nega), também voaram com Pezão.

Das viagens, 74 foram realizadas durante fins de semana, entre sexta-feira e domingo. E, apesar da grave crise do estado, mais de 60% dos voos a Piraí aconteceram após o governo do Rio aderir ao Regime de Recuperação Fiscal, em julho do ano passado. Desde então, foram 81 viagens do governador, sendo 51 delas com Maria Lúcia. Os dados revelam que Pezão não se absteve de usar a aeronave apesar de o ex-governador Sérgio Cabral ter protagonizado o escândalo da “farra dos helicópteros”. Diante da repercussão de que até o cachorro da família ia voando para sua casa de veraneio em Mangaratiba, Cabral determinou que a utilização do equipamento passaria a ser exclusivamente para trabalho.

O governo justificou o uso da aeronave dizendo que “os deslocamentos se dão para desempenho de atividades próprias dos serviços públicos, em missões oficiais ou por questões de segurança, conforme recomendação da Subsecretaria Militar da Casa Civil”.

Gastos de R$ 520 mil

O helicóptero, de alto luxo, foi comprado na gestão de Cabral e entregue ao Corpo de Bombeiros. O Ministério Público, que denunciou o ex-governador pelo uso constante da aeronave, afirmou, na época, que cada hora de voo custava até R$ 10 mil. Considerando esse valor, o estado teria gasto R$ 520 mil com as viagens de Pezão. No entanto, o governo diz que o combustível dos voos para Piraí custou R$ 98.342,57.

Para o professor de direito administrativo da PUC-Rio Manoel Peixinho, Pezão pode ter cometido crime de improbidade administrativa ao usar, para fins pessoais, o helicóptero oficial.






Fonte: Extra