(Foto: Marcio Alves | agência O Globo) |
Mais cedo, por 39 votos a 19 e uma abstenção, a Alerj decidiu retirar Picciani, Melo e Albertassi da cadeia. A mesma decisão garantiu aos três a permanência do mandato, desfazendo a decisão da segunda instância do Judiciário no Rio.
A possibilidade de rever a prisão já era garantida pela Constituição. Mas a análise da Alerj sobre a perda de mandato foi baseada em jurisprudência recente criada pelo Supremo Tribunal Federal, durante julgamento sobre o senador Aécio Neves, no mês passado.Alerj, em esmagadora maioria aliada de Picciani, montou uma estratégia de guerra para proteger o presidente da Casa, que incluiu uma sessão secreta (e relâmpago) na Comissão de Constituição e Justiça, antes do plenário.
Apenas assessores assistiram a votação. Apesar da decisão da Justiça de permitir a manifestantes acesso às galerias, não houve tempo: o processo foi rápido, e a oficial de Justiça chegou a ser barrada na porta da Alerj, quando tentava notificar a Casa sobre a decisão.
Do lado de fora, houve confusão entre policiais militares e um grupo de manifestantes. Das escadarias da Alerj, PMs dispararam com balas de borracha e arremessaram rojões. Houve correria. A confusão durou cerca de 30 minutos e se espalhou pelas ruas no entorno da assembleia. Por conta dos confrontos, lojas fecharam as portas mais cedo.
Na saída dos deputados da Alerj, houve mais tumulto. A confusão, dessa vez, foi na Praça XV. Comerciantes do local desmontaram às pressas suas barracas. Muito assustada, uma vendedora mostrou suas bolsas de pano, que estavam penduradas para a venda, perfuradas por balas de borracha. Os projéteis ainda estavam espalhados pelo chão.
MPF VAI PEDIR DECISÃO DO TRF SOBRE AFASTAMENTO
A força-tarefa da operação Cadeia Velha vai pedir, na terça-feira, que a Seção Criminal do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) volte a se reunir para decidir o afastamento de Picciani, Melo e Albertassi dos mandatos na Alerj. O pedido será entregue ao relator do caso, Abel Gomes, que deverá convocar uma sessão em caráter de urgência.
Os procuradores regionais da República avaliam que o afastamento não precisa ser submetido à aprovação da assembleia. Na sessão que decidiu a prisão dos parlamentares, Abel Gomes já havia adiantado que o seu voto incluia também o afastamento, mas que a questão deveria ser enfrentada pela Seção depois que a Alerj deliberasse sobre o pedido de prisão.
Fonte: Extra
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