terça-feira, 12 de julho de 2016

Para população, blitz no trânsito da PM, não reduz violência em Campos

(Foto: Ralph Braz | Pense Diferente)
Não há como não perceber: basta andar pelas ruas de Campos para ver as constantes ações de trânsito da Polícia Militar em vários pontos da cidade. As blitz da PM – que deveria proporcionar sensação de segurança na população – parece que não tem surtido muito efeito. Para comprovar a opinião de boa parte dos moradores do maior município do Estado do Rio de Janeiro, basta recorrer aos números da quantidade de ações desenvolvidas pelo comando da PM e comparar com a quantidade de roubos, furtos e, principalmente, de homicídios que tem acontecido na cidade.

No último fim de semana, aconteceram pelo menos cinco blitz em pontos estratégicos de Campos. Coincidentemente, o mesmo número de pessoas baleadas apenas no domingo (10). Só no Centro da cidade, onde as blitzen também acontecem com frequência, dois homens foram baleados. O primeiro, que foi atingido pelos tiros debaixo da Ponte Leonel Brizola, na Avenida Alberto Torres, morreu na hora. Já o segundo, um médico que foi alvejado pelos disparos na Avenida 7 de Setembro, foi socorrido para o Hospital Ferreira Machado (HFM) com um tiro na boca.

Para boa parte da população campista, as ações de trânsito da PM tem cunho financeiro, já que o Estado do Rio de Janeiro está quebrado e é preciso arrecadar impostos. “É impressionante, há um ano, a Polícia Militar não fazia tantas operações de trânsito como atualmente e não tinha essa violência toda. Hoje, são blitzen por toda a parte, mas a violência que é bom mesmo não diminui. Na minha opinião, esse trabalho é muito mais para arrecadar dinheiro para o Governo do Estado do que efetivamente de combate à criminalidade”, disse o representante comercial Marcos Antônio Goudard, que já foi assaltado duas vezes.

Na última semana, uma médica teve o carro roubado no momento em que chegava para trabalhar no Hospital Álvaro Alvim, na Pelinca. Sem se intimidar com as blitzen os criminosos colocaram a mulher dentro do veículo e a levaram com eles. Ela foi deixada na BR-1o1, próximo ao trevo de Quissamã. O carro foi recuperado em Conceição de Macabu, mas as ações de trânsito não ajudaram em nada neste caso.

O trabalho da empresa Pátio Norte, que também já foi questionada na Câmara de Campos, também é alvo de críticas por boa parte da população. “Antes, a Pátio Norte tinha um aliado, a Guarda Municipal. Agora, parece que a PM é que substituiu a GCM. É lógico que é necessário que os motoristas e motociclistas têm que está em dia com a documentação, entretanto, mais importante do que isso é bandido sendo preso. Sinceramente, não tenho visto isso em Campos”, afirmou o administradora de empresas Rita de Cássia Toledo.

Procurado, o comandante do 8º BPM, Marco Aurélio Louzada, disse, por meio de nota, que essa estratégia de ação não se trata apenas de operações de trânsito ou de fiscalização, mas sim foca na sensação de segurança maior ao cidadão quando em seu deslocamento. “Visando coibir crimes de furto, roubo de veículos, bem como identificar foragidos, apreender armas ilegais, munições e drogas, o 8º Batalhão vem realizando diversas ações, dentre elas, as barreiras, em locais e horários diversos”, afirmou.















Fonte: Notícia Urbana