segunda-feira, 13 de julho de 2015

LOJA CULPA DILMA POR CRISE E FAZ PROMOÇÃO E VENDAS AUMENTAM

(Foto: Bruno Rodrigues/G1)
Um cartaz na vitrine de uma loja na Rua do Imperador, a principal do Centro Histórico de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, chama a atenção de quem passa. Nele, o comerciante decidiu justificar a razão das promoções: “Liquidação por causa da Dilma”, diz o texto afixado na vitrine da loja de roupas e calçados. A comerciante Sandra Sabbadin explica que abrir a liquidação ainda no mês de março foi uma medida extrema, porém necessária para não ver uma das quatro lojas da família fechar. Mas o resultado acabou surpreendendo: as vendas aumentaram.
Desde então, as pessoas passam, tiram fotos, entram na loja e comentam: estamos duros, mas vamos comprar."

Foi a partir de uma brincadeira entre o marido, dono das lojas, e os funcionários, que eles tiveram a ideia de transmitir ao público o sentimento de revolta pelo momento de crise vivenciado no setor.

“Os cartazes foram impressos, mas nem tínhamos a intenção de usá-los. Mas, quando chegaram, resolvemos fazer o teste e os colamos na vitrine. Desde então, as pessoas passam, tiram fotos, entram na loja e comentam: estamos duro, mas vamos comprar. O resultado foi visível de imediato: em abril o movimento subiu 20%, em maio 40%, mas em junho já começou a cair e chegou a 15%. Este mês também está mais fraco, mas, mesmo assim, muito melhor que antes de colocarmos os cartazes”, explica Sandra, ressaltando que desde quando a loja foi aberta, há quatro anos, nunca precisou fazer promoções.

O inverno mal começou e os lojistas da Rua Teresa, um dos principais polos de moda do Brasil, já começaram a liquidação das roupas de frio. Sem sucesso, alguns empresários chegam a oferecer descontos de até 50% para atrair os consumidores.

Em Petrópolis, muitas das 1.800 lojas do primeiro distrito estão fechadas e mais de 80% delas já exibem os cartazes promocionais.

Na Rua Teresa, lojas fechadas

A Rua Teresa também sente os efeitos da crise. Ao longo dos seus quase cinco quilômetros, cerca de 300, das 1.200 lojas estão fechadas. Segundo a presidente da Associação da Rua Teresa (Arte), Cláudia Pires, apesar da crise, já houve momentos em que mais lojas estavam com as portas arriadas. De acordo com ela, a maioria das lojas fechadas são dentro de shoppings e galerias.

Gerente de uma das lojas da rua, Regiane Maria explica que, desde janeiro, sete funcionárias precisaram ser demitidas das oito lojas do empresário dono da marca. Com a liquidação adiantada, roupas que custam R$ 69,90 por exemplo, saem a R$ 19,90. A medida foi necessária para manter os funcionários e não precisar fechar nenhum dos estabelecimentos.

“Trabalho há mais de 20 anos com comércio e nunca vi a situação como está. Desde o ano passado as coisas estão se complicando e cada hora vemos notícias de que a tendência é piorar. Ficamos desanimados com tudo isso”, contou.




Fonte: G1