sábado, 7 de junho de 2014

DEFICIENTES VISUAIS DO EDUCANDÁRIO SOFREM COM SINAL DE TRÂNSITO QUEBRADO

(Foto: Folha da Manhã)
Deficientes visuais sofrem com a falta de estrutura para a locomoção, em Campos. Um semáforo que ajudaria a travessia dos mesmos em frente ao Educandário Para Cegos São José do Operário, onde são atendidos 120 deficientes visuais, na avenida Gilberto Cardoso, está com defeito. Eles ainda alegam também a falta de conscientização da população.

O deficiente visual Marcos Barcelos, 45 anos, realiza um curso no Educandário e postou em uma rede social o problema que enfrenta. “Presencio há umas três semanas. Vou fazer o curso, preciso atravessar a rua, mas os carros não respeitam. Temos que pedir ajuda para alguém que está ao lado. É importante também o sinal sonoro para sabermos quando está aberto e fechado. Existe uma lei sobre isso. Outro problema são as ruas e calçadas desreguladas, que são ruins também para os idosos. Tem que fazer alguma coisa”, desabafou.

Dulce da Silva, 39 anos, que mora próximo ao local, contou que o problema existe há mais de um ano. “Já pedimos para consertar. Quando consertam, rebentam. A gente quer atravessar e não consegue. Atrapalha quando estamos com pressa. Ficamos sem saber o que fazer. Cansamos de reclamar. É perigoso, pois corremos o risco de ser atropelado. Os motoristas não param mesmo a gente usando bengala. Temos que pedir ajuda as pessoas e é ruim ficar dependente de alguém. Às vezes não dá pra sair e dependendo nem sempre tem alguém para ajudar. É importante ter em outros lugares, como no terminal de ônibus. Um dia um carro passou e quase quebrou a minha bengala”, destacou.

A presidente do Educandário Para Cegos São José do Operário, Cristina Salgado, relatou que o problema existe há muito tempo. “Quando consertam, rebentam rapidinho. Existe também a falta de cidadania. Eles aprendem a andar sozinhos, ganham autonomia e é preciso que funcione. O sinal sonoro é fundamental. Deve ter em pontos estratégicos, em locais que os deficientes usam mais. Existem outras questões, como cardápio e etiquetas em braile. Em franquias nacionais não existem. Eles têm que confiar em quem está servindo. Mudou muito pouco, ainda falta muito.”, ressaltou.

Associação aponta sinal de muita utilidade

A presidente da Associação Norte Fluminense dos Deficientes Físicos (Anfludef), Márcia Valéria Nascimento, destacou: “Não foi passado para mim, mas encaminharei um ofício ao Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT). É um sinal de muita utilidade. Um guarda também poderia ficar no local para ajudar. Poderia até colocar um guarda mirim para fazer a função e auxiliar o deficiente no sinal. Eles enfrentam muita dificuldade. Há coisas a serem feitas. No próximo dia 10, às 10h, acontecerá uma audiência pública na Câmara para um debate alternativo sobre a mobilidade urbana”.

Em nota, a Prefeitura informou que, com as alterações feitas pelo IMTT no local, foram feitas mudanças também para melhor atender à mobilidade oferecendo maior segurança às pessoas com deficiência visual. O semáforo que existia em frente à instituição foi desativado e mais dois foram ativados nos cruzamentos das ruas Raul Escobar e Caldas Viana, onde eles poderão atravessar com mais segurança, já que os semáforos também estão programados de modo a melhor atendê-los.



Fonte: Folha da Manhã