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| (Foto: Silva Rust | Terceira Via) |
A Câmara dos vereadores de Campos recebeu hoje o novo secretário de saúde do município, Geraldo Venâncio, para uma audiência pública. Durante a audiência o secretário mostrou números sobre gastos e serviços prestados nos últimos cinco anos, no entanto não apresentou novos projetos ou programas que possam resolver os problemas mais visíveis e que recebem reclamação constante da população. Diretores de hospitais e sindicatos do setor questionaram sobre esses problemas e as prováveis causas. Os principais pontos em destaque foram a falta do leite Neocate, as cirurgias cardíacas e ortopédicas, além da falta de estrutura, como ar condicionado quebrado, no Hospital Ferreira Machado e o Hospital Geral de Guarus.
Segundo Geraldo Venâncio, ele vê com naturalidade que a questão da saúde pública se transforma em foco e alvo de debate, visto que falta menos de um ano para as eleições. “Não adianta transformar a saúde pública em debate se não for para ajudar. Temos que transformar o assunto em um processo de ajuda.”
O secretário apresentou números em relação aos últimos anos de gestão da prefeita Rosinha Garotinho e afirmou que esses dados demonstram que os investimentos foram feitos. “O orçamento neste ano na saúde foi de quase R$ 662 milhões. Tivemos 8 milhões exames de média e alta complexidade, 6 milhões de consultas, nesses cinco anos, média maior que a cidade do Rio de Janeiro.”
Em relação a questão da distribuição das fraldas e do leite, Geraldo Venâncio informou que vai ter um recadastramento de pessoas que necessitam desse benefício, como o leite Neocate. “Vamos fazer um recadastramento dessas 600 famílias que recebem esse benefício. Assistentes sociais vão as residências fazer uma visita técnica. Haverá um critério social para o recebimento. É inadmissível que uma pessoa que tenha um carro importado de R$ 300 mil receba fralda da prefeitura, por esse motivo tem que haver o critério social. Hoje pelo menos 5% dessas 600 famílias não precisam.”
Geraldo Venâncio ressaltou que o município ainda disponibilizou mais de 19 milhões de medicamentos. “São quatro mil pacientes cadastrados que recebem os medicamentos em casa. Além de 40 farmácias nas Unidades Básicas de Saúde.”
O diretor da Santa Casa, Cléber Glória, contou que o município tem apenas dois pontos para os serviços de cirurgia cardíacas, que são feitas no Hospital Álvaro Alvin e na própria Santa Casa. “No município essas cirurgias são feitas somente nesses dois hospitais. Na Santa Casa temos 40 leitos UTI, sendo 10 cardíacas. Trabalhamos em escala 24 x 7, ou seja vinte quatro horas por dia em sete dias na semana. Além disso não atendemos somente Campos, temos pacientes de vários municípios. Impossível atender todo mundo que precisa, mas fazemos o máximo possível. Precisamos de mais investimentos para que possamos atender toda a demanda sem que ninguém fique sem fazer as cirurgias. ”
O vereador Genásio levantou o problema com cirurgias ortopédicas no HFM, onde pacientes chegaram a esperar mais um mês para que fosse transferido para outros hospitais e pudesse ser feito o procedimento. Um equipamento necessário para a cirurgia estava quebrado há mais de dois meses. “Não é possível uma pessoa ficar tanto tempo esperando por uma cirurgia.”
Em resposta, o secretário disse que o arco cirúrgico já está pronto para uso e esta semana recomeça as cirurgias ortopédicas. “Com o arco em funcionamento conseguiremos atender em média cinco pacientes por dia.”
O vereador Nildo Cardoso citou problemas com a estrutura tanto do HFM e do HGG, onde pacientes reclamaram que os aparelhos de ar condicionado estavam quebrados. “Soube que a empresa que fornece o serviço de manutenção de ar condicionado está sem receber há cinco meses. Outra empresa já estaria sendo contratada. Desta forma o problema não é resolvido e sim adiado.”
O vereador Rafael Diniz ressaltou que a prefeitura gastou muito dinheiro com obras como a Cidade da Criança e o Cepop, mas deixou de investir na saúde, que é prioridade de qualquer município. “A saúde da população está péssima, caótica. Foram feitas essas obras, mas o hospital da Baixada, por exemplo, que tem grande importância ainda não terminou.”
Fonte: Terceira Via
